quinta-feira, 2 de agosto de 2012

A frase do Tite, que o Chelsea praticava o antijogo, anida repercute entre os Anti Corinthianos

Semanas antes de ser campeão da Copa Libertadores, Tite declarou que o futebol perdeu com o título europeu do Chelsea. A crítica do treinador ao que chamou de antijogo não chegou a Londres, porém repercutiu mal junto aos torcedores brasileiros da equipe inglesa, agora possível adversária do Corinthians no Mundial de Clubes, em dezembro.
"O pessoal ficou bastante revoltado. Principalmente depois dos jogos contra Vasco e Santos, em que ele jogou muito atrás (e se classificou com vitória por um gol de diferença), sendo que dizia 'não, meu time não joga atrás'. Não foi o que a gente viu. Até mesmo os corintianos do site disseram que ele falou besteira", diz Guilherme Neto, fundador da Chelsea Brasil (www.chelseabrasil.com), torcida oficialmente reconhecida na temporada passada.
"O que vale é estratégia, tudo é estratégia. O Di Matteo (técnico do Chelsea) sabia que não dava para atacar porque o Barcelona (oponente na semifinal da Liga dos Campeões) tem um meio-campo de toque de bola muito bom. A gente também tem essa consciência de que a qualidade do Chelsea é menor. Então a estratégia foi a mais acertada contra Barcelona e Bayern de Munique, na final", completa o engenheiro de produção carioca, de 27 anos.
Site do Chelsea indica link para comunidade brasileira 
reconhecida oficialmente na temporada passada
A Chelsea Brasil surgiu da união de amigos interessados pelo Chelsea. Guilherme Neto explica que era fã de Gianfranco Zola desde os tempos de videogame e se ligou ao Chelsea quando o ídolo passou a defender a cor azul, em 1996. Treze anos depois, com domínio de programação em web, criou o site para suprir a insuficiência de notícias em português sobre o clube.

Deu certo. Inspirada na torcida brasileira do Manchester United, a comunidade tem mais de dois mil membros e mais de dez mil seguidores no Facebook. O reconhecimento do Chelsea, a partir de trocas de e-mails durante quase seis meses, veio em 2011. A comunidade foi aceita por ter muitos fãs em dois anos no ar e se tornou a primeira torcida oficial na América do Sul.
Mas a simpatia pelo time não é compartilhada apenas virtualmente. Os torcedores fazem grandes encontros ao menos duas vezes ao ano. No Rio de Janeiro, reúnem-se com frequência para assistir juntos aos jogos. "Antes era em pubs, mas o site cresceu muito, e a faixa etária diminuiu. Como chegou uma galerinha nova, gente de 16 anos, a gente abriu mão dos bares para ver as partidas na praça de alimentação de shoppings, a gente reserva locais nos restaurantes", conta o líder de uma equipe de 18 pessoas, dentre designers, editores e colaboradores.
Torcedor do Vasco, eliminado pelo Corinthians nas quartas de final da Libertadores, Neto é o símbolo de uma legião de brasileiros que torce também por outro clube fora do Brasil. "Acabei me envolvendo tanto que, quando me perguntam para quem eu torceria no Mundial caso o Vasco tivesse sido campeão da Libertadores, eu não sei a resposta", reconhece o carioca, que tem duas tatuagens no corpo: a cruz-de-malta, símbolo vascaíno, e o leão do Chelsea.
À procura de patrocínio que garanta sua viagem em dezembro para o Japão, o engenheiro revoltado com Tite espera encontrar o Corinthians na final do Mundial. Não só para divulgar seu site. "Também porque não gosto do Corinthians. Simpatizo com o Palmeiras por causa da união com a torcida do Vasco. Enfim, seria uma final legal, com o Corinthians vice", provoca.

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