domingo, 7 de outubro de 2012

Emocionante, o volante Paulinho reencontra o pai após 12 anos.

No jogo entre o Náutico e o Corinthians, neste sábado, nos Aflitos, no Recife, a emoção não ficou restrita à partida ou aos torcedores do Timbu e do Timão presentes na arquibancada. Um reencontro familiar, após 12 anos de separação, ocorreu para a alegria de um jogador corintiano. 

O volante Paulinho foi surpreendido pelo apoio do seu pai, José Paulo Bezerra Maciel. Seu Paulo, como é chamado, enfrentou os 215 quilômetros que separam a cidade de Pesqueira, no agreste, até o Recife para ver o filho atuar pela primeira vez.

Antes da partida, uma frase de Paulinho ao rever o pai no alambrado definiu a importância do momento para os dois.
- Eu te amo - disse o jogador para o pai, um motorista aposentado que ficou feliz e surpreso pelas palavras do filho. Além da distância de mais de uma década, José Paulo não falava por telefone com o filho havia dois anos.

- Não quis incomodá-lo. Ele está muito ocupado com a vida de jogador e quando me separei da mãe dele, deixei São Paulo e voltei para Pernambuco, nos afastamos. Mas não há briga ou qualquer problema. Tenho muito orgulho de Paulinho e não quero atrapalhá-lo - disse José Paulo.

No fim da partida, o Corinthians perdeu por 2 a 1, mas Paulinho teve motivos para sorrir quando foi ao alambrado, tirou a camisa e foi entregar ao pai. Um torcedor do Náutico achava ser mais um fã do volante corintiano e quis disputar o presente.

- Essa não, larga por favor, essa é para o meu pai. Pai, toma a camisa que te prometi, um presente para você. Vou demorar porque estou no antidoping, mas pegarei seu telefone e vou ligar para entrarmos em contato, prometo. Eu te amo. Vou te ligar, vou te ligar - disse, saindo.
José Paulo caiu aos prantos, enquanto era empurrado pelos torcedores em busca de um autógrafo do filho famoso.

- Não tenho mágoa pelo tempo separado, não guardo rancor. Há muitos anos não o vejo e desejo a ele toda a paz e felicidade desse mundo com a nova mulher que o acompanha. Tenho uma filha de quatro anos e fico pensando nela num momento como esse. 

Agora ela está com a mãe em casa e também lembro da minha que foi uma guerreira e criou meu irmão e a mim da melhor forma possível - afirmou, sendo interrompido pelo choro que não conseguiu segurar ao lembrar do passado difícil.

Na saída, José Paulo não conseguia se conter e ficou trêmulo, passando mal. Precisou sentar e tomar água para recobrar as energias. Tremendo mostrou a camisa que ganhou de Paulinho, um presente menor do que a promessa do caçula de voltar a estreitar os laços familiares.

Reaproximação
A opção de "não atrapalhar" fez com que os grandes momentos da carreira de Paulinho fossem acompanhados pelo pai através da televisão. Tanto o título da Libertadores, como os jogos da seleção brasileira são memórias de José Paulo via satélite.

- Quando posso, sigo ele nos jogos pela televisão. Chorei quando assisti ao noticiário e vi o nome de Paulinho entre os convocados. É um orgulho e estou muito feliz em finalmente vê-lo atuando ao vivo.

O palmeirense José Paulo parecia alheio ao campo de jogo, enquanto a bola rolava para Náutico e Corinthians. Ele estava emocionado demais com o reencontro com o filho e a festa no estádio dos Aflitos.

- Nem sei como está Paulinho, não está dando para ver direito e eu estou impressionado com a torcida do Náutico. Impressionante, né? Fazia tempo que não entrava num estádio de futebol - disse José Paulo, que ficou na torcida alvirrubra.

No gol corintiano de Guerrero, a esposa desavisada de José Paulo ensaiou uma comemoração, que foi logo inibida pelos olhares desconfiados dos alvirrubros. Para o pai de Paulinho, não havia outro pensamento.

- Espero que esse reencontro possa estreitar a nossa relação. Como voltamos a nos ver, espero que a gente se fale mais, ligue para o outro e que eu apareça por São Paulo. Mas vou reagir segundo o comportamento dele e vou esperar.

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