Conhecido na Europa e parceiro de jogadores como Oscar e David Luiz, o empresário agora é responsável por ouvir as sondagens pelo volante que, por sua vez, jura que nada mudou em sua carreira.
“Para mim, [não mudou] nada. É importante simplesmente estarmos trabalhando em parceria, eu e o Pão de Açúcar [dono de parte de seus direitos econômicos]. Não é porque ele é um grande empresário, que faz grandes negócios, que algo vai mudar. Eu aprendi que, independente de quem você trabalhe, a palavra final é do jogador. Se trouxer uma proposta, quem decide sou eu”, disse Paulinho, que mantém o discurso sobre uma eventual saída.
“Na minha vida sempre foi tudo natural. Tenho contrato com Corinthians, permaneço, não tenho proposta oficial. Se chegar, serei a primeira pessoa a dizer isso para vocês [jornalistas]”, completou.
A mudança na carreira do atleta aconteceu nos últimos meses. Paulinho foi revelado no Audax, clube da rede de supermercados, e tem sua carreira gerida pela Brunoro Esportes, empresa de José Carlos Brunoro que é parceira do Pão de Açúcar.
Todo o planejamento de marketing de Paulinho, as negociações sobre transferências e até a assessoria de imprensa do jogador são vinculadas ao Audax, que tem 50% de seus direitos econômicos. No ano passado, o Corinthians chegou a 50% dos direitos do volante por cerca de R$ 15 milhões, mas não parou de ouvir sondagens desde então.
Diante de tanta procura, o estafe de Paulinho decidiu fechar com Giuliano Bertolucci, que é responsável pela interlocução com os clubes interessados, o Corinthians e o estafe de Paulinho. Nada impede, portanto, que ele tome uma postura mais ativa e ofereça o jogador no exterior.
Nos últimos anos, ele se notabilizou por participar de algumas das principais vendas de jogadores do Brasil para o exterior. A mais polêmica delas foi a de Oscar. Revelado no São Paulo, o meia foi aconselhado pelo empresário a tentar uma rescisão na Justiça e fechou com o Inter, onde chegou a ficar afastado dos gramados antes de fechar com o Chelsea, no meio do ano passado.
Por todo o imbróglio, Bertolucci chegou a ser considerado “persona non grata” no clube tricolor, que por pouco não viu uma debandada ainda maior de sua base. Além disso, ele também frequenta as manchetes da imprensa esportiva pela relação próxima com Kia Joorabchian, iraniano que trouxe a MSI ao Corinthians em 2005.
O Corinthians, ao menos oficialmente, não se assusta com o novo cenário. “Para nós é indiferente. A gente trata isso com naturalidade, não tem susto. Ele só vai sair daqui se pagarem. A proposta tem de chegar no clube, não importa por quem”, disse Roberto de Andrade, diretor de futebol do Corinthians, acrescentando que a multa pelo atleta é de 20 milhões de euros (R$ 54 milhões).
A reportagem tentou contato com Giuliano Bertolucci durante dois dias seguidos, sem sucesso.
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