Nesta terça-feira, no Palácio do governo do estado de São Paulo, foi feito o anúncio do acordo que deveria solucionar o problema do financiamento da arquibancada provisória do estádio do Corinthians, requisito obrigatório para o local receber o jogo de abertura da Copa do Mundo de 2014.
O acordo deveria solucionar o problema, mas até aqui não resolve. Isso porque a principal financiadora da obra complementar, a Ambev, afirma que não pagará o valor integral do projeto, enquanto o Corinthians garante que sim, todos os custos serão bancados pela empresa de bebidas.
O acordo deveria solucionar o problema, mas até aqui não resolve. Isso porque a principal financiadora da obra complementar, a Ambev, afirma que não pagará o valor integral do projeto, enquanto o Corinthians garante que sim, todos os custos serão bancados pela empresa de bebidas.
O clube paulista e o governo do estado se recusaram a desembolsar a verba necessária para que fossem construídos os lugares adicionais da arena em Itaquera. O campo inicialmente teria capacidade para 47 mil pessoas, mas a Fifa exige que a primeira partida da Copa receba pelo menos 60 mil espectadores.
A pedido do governador de São Paulo, Geraldo Alckimin, a Ambev se comprometeu a pagar uma parte dos R$ 35 milhões necessários para erguer uma arquibancada móvel de 20 mil cadeiras, além de encontrar outras empresas para ajudá-la. Como o clube não tem interesse na estrutura, ela será retirada ao final do Mundial de 2014.
Em entrevista coletiva nesta terça, no Palácio dos Bandeirantes, o vice-presidente de relações corporativas da Ambev, Milton Seligman, foi bem claro ao dizer que a empresa só se compromete a arcar com a instalação do setor adicional. Todos os acréscimos necessários para os jogos da Copa - banheiros, restaurantes etc - são responsabilidade do Corinthians. O custo total da obra seria de R$ 70 milhões, valor não confirmado por nenhum dos lados.
“Não há orçamento. Essas arquibancadas têm um custo estimado de R$ 35 milhões, tudo das arquibancadas móveis. Das arquibancadas móveis que estamos nos comprometendo”, enfatizou Seligman. “Outros custos evidentemente dependem do Corinthians e fazem parte do estádio.” O empresário foi novamente perguntado se os R$ 35 milhões bancam apenas os 20 mil assentos e respondeu. “Exatamente.”
Discurso bem diferente de Luis Paulo Rosenberg, vice-presidente corintiano. “Quando o governo faz a conta é sempre o dobro, o triplo de quando a gente faz. A Ambev vai pagar tudo. O Corinthians entra com zero. As tendas lá fora, o som, a recepção, o resto que compõe o complemento Fifa não é com a Ambev. Mas ela vai pagar tudo, garanto. Banheiro, lanchonete, tudo.” Representantes da Odebrecht, empreiteira parceira do clube e responsável pela obra, confirmaram a versão do Corinthians.
Nas mãos da Ambev
A empresa de bebidas cuidará do processo de arrecadação dos R$ 35 milhões necessários e dará prioridade para empresas que já têm acordo publicitário com a Fifa para a Copa de 2014. Ainda assim, as marcas que participarem do fundo só poderão ser expostas neste setor do estádio até o início do Mundial. Não está descartada a possibilidade de o modelo do Engenhão, no Rio de Janeiro, ser copiado, com as cadeiras da arena formando um mosaico com o nome de um produto, no caso do campo carioca, a cerveja Brahma
O processo de licitação da obra também ficará a cargo da Ambev. O governo afirma que se limitará a acompanhar tudo de perto.
A Ambev não cogita essa possibilidade, porém, caso não sejam encontrados novos parceiros, o custo integral da obra pode sobrar para a multinacional. “Temos enorme expectativa de que vamos fechar com novos parceiros, mas estamos nos comprometendo de que haverá o jogo de abertura da Copa no estádio do Corinthians”, disse Milton Seligman.
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