quinta-feira, 14 de junho de 2012

No primeiro round na Vila, deu Corinthians.

O Corinthians está mais perto do sonho de chegar à sua primeira final de Libertadores. Nesta quarta-feira, na Vila Belmiro, o clube do Parque São Jorge venceu o Santos por 1 a 0, conseguindo uma boa vantagem para o segundo jogo da semifinal do torneio.

Jogando sem um centroavante de ofício, o Corinthians teve em Emerson sua referência. O "Sheik" foi herói ao marcar o gol da vitória, mas também foi vilão ao ser expulso, deixando o time enfraquecido nos minutos finais. 

Pelo Santos, Neymar buscou o jogo em todas as partes do campo, mas sempre tinha a perseguição de pelo menos um rival. O craque santista não conseguiu desequilibrar o duelo - no confronto contra o Vélez, pelas quartas de final, ele já havia passado em branco. "Chega uma hora que o jogador sente um pouco as coisas, né?", analisou Muricy sobre Neymar, que voltou há poucos dias de uma excursão com a seleção nos Estados Unidos.

O Corinthians agora joga por um empate na próxima quarta-feira, no Pacaembu, para chegar à primeira decisão continental de sua história de quase 102 anos. Novo 1 a 0, mas em favor do Santos, leva a decisão para os pênaltis. Para alcançarem sua quarta decisão sem precisar de pênaltis, os santistas precisam de uma vitória por qualquer outro placar.

Mistério - O jogo entre as duas equipes começou muito antes de a bola rolar na Vila Belmiro. Logo que foi definida a semifinal, Corinthians e Santos começaram uma disputa nos bastidores sobre o palco das duas partidas. Depois de dias de indecisão, o estádio santista foi escolhido para a primeira partida, e o Pacaembu acabou definido como sede do segundo jogo.

Na semana do clássico, com os estádios já definidos, o mistério passu a ser na definição das equipes. O Santos tinha Arouca e Paulo Henrique Ganso - que fez uma operação no joelho - como dúvidas até horas antes do confronto. No Corinthians, o treinador Tite teve de mexer no esquema tático para montar uma equipe sem um centroavante de ofício.

Quando as escalações saíram e o mistério foi desfeito, o Santos apareceu com Arouca e Paulo Henrique Ganso entre os titulares, enquanto o Corinthians foi a campo mesmo sem uma referência no ataque. 

O jogo - Compacto na defesa e com Danilo e Alex se revezando como falsos centroavantes, o Corinthians começou melhor, com mais posse de bola e maior presença ofensiva. Um domínio que levava perigo, mas não se transformava em oportunidades de gol.

Neymar, principal jogador santista, começou a partida também com um posicionamento diferente. O atacante não jogava pela esquerda, como de costume: mais centralizado, caía também pela direita, tentando fugir da intensa marcação corintiana.

Quando o Santos começava a criar mais chances, o Corinthians abriu o placar. Aos 28 minutos, Paulinho recebeu no meio e avançou, sem marcação, pela intermediária santista. O volante tocou para Emerson, que, livre na ponta esquerda, dominou e chutou no ângulo, fazendo um golaço, seu primeiro em quatro clássicos contra o Santos.

Em desvantagem, o Santos adotou postura mais ofensiva. Com suas linhas adiantadas, o time comandado por Muricy Ramalho passou a ter mais posse de bola e a chegar mais. Mas faltava o capricho no último passe, e o domínio não se refletia em grandes chances. 

Em uma dessas oportunidades, Neymar tentou cruzamento, a bola bateu no braço de Leandro Castán e os santistas pediram pênalti, mas o árbitro Marcelo de Lima Henrique não assinalou o pênalti.

Logo na sequência, aos 43 minutos, o Santos teve sua melhor chance de toda a primeira etapa. Adriano avançou pela esquerda e cruzou para o meio da área. Elano chutou, a bola bateu na defesa corintiana e sobrou para Alan Kardec, que finalizou em cima de Ralf.

O Santos voltou para o segundo tempo com Borges no lugar de Elano. O meio-campista, mal na primeira etapa, foi substituído no setor por Alan Kardec, que passou a jogar mais recuado.

A mudança fez bem para o Santos, que passou a criar boas chances logo no início do tempo complementar. Então, apareceu Cássio. O goleiro do Corinthians fez duas boas defesas: a primeira, aos 5 minutos, em chute de Durval, e a segunda aos 10, quando Borges concluiu de cabeça após passe de Alan Kardec.

A maior presença santista no ataque acabou tornando o Corinthians mais faltoso. Emerson, agora como atacante, e Alessandro levaram cartões amarelos. Jorge Henrique também poderia ter sido advertido por agressão, mas escapou de levar um cartão. 

A partir dos 30 minutos, o clima esquentou e os ânimos ficaram exaltados. Primeiro, Neymar foi punido com o amarelo, por atingir Leandro Castán em uma dividida. Na jogada seguinte, Emerson deu um carrinho violento em Neymar e acabou expulso. 

Aos 37 minutos, quando o Santos estava bem e pressionava, as luzes da Vila Belmiro se apagaram e o jogo foi interrompido. Quinze minutos depois, quando a luz voltou ao estádio, o Santos passou a pressionar ainda mais. Aí, o Corinthians fez o que melhor soube fazer nos últimos meses: defendeu-se bem, com volantes bem postados e anulando as ações do adversário.

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