Enfrentar o Boca Juniors em La Bombonera é uma das situações de jogo mais adversas do futebol mundial, ensina a sabedoria popular dos boleiros. Ainda mais em uma final de Libertadores. Mas, pelo menos por enquanto, não tem sido assim com o Corinthians.
Depois de ser recepcionado nesta segunda-feira com festa de torcedores brasileiros e até mesmo por uma jovem e acolhedora delegação de crianças argentinas que esperavam para viajar no aeroporto de Buenos Aires, o time paulista ainda terá direito a uma mordomia nesta terça: usar o campo do inimigo para fazer um treinamento às 19h.
O Boca não costuma ceder sua casa sagrada para os rivais. Entretanto, em um gesto surpreendente, vai abrir uma exceção aos 'hermanos' brasileiros, com quem têm em comum a idolatria por Carlitos Tevez e a origem popular de suas torcidas.
Na noite desta segunda-feira, no lobby do hotel aonde o Corinthians está concentrado, funcionários do clube tentavam confirmar o treino em La Bombonera, desconfiados de que o acordo arrumado ainda no Brasil pudesse ser desfeito. Porém, a informação foi confirmada pelo próprio clube argentino.
"Não é mesmo uma prática muito comum, mas o Boca decidiu assim. É uma cortesia. Queremos que eles reconheçam o campo. Os clubes têm histórias parecidas, a relação é boa", disse ao ESPN.com.br o vice-presidente do Boca, Juan Carlos Crespi.
O Fluminense, por exemplo, não teve o mesmo benefício quando enfrentou o Boca também neste ano, pela Libertadores. Os cariocas tiveram que se exercitar na Casa Amarilla, centro de treinamento do time argentino. Em outras oportunidades, clubes brasileiros como Santos e Palmeiras, finalistas do torneio sul-americano contra o Boca em 2003 e 2000, respectivamente, preferiram chegar em Buenos Aires em cima da hora do jogo.
Poder trabalhar no mesmo gramado em que a partida é disputada é uma prática que para o técnico Tite faz muita diferença. O treinador já havia feito questão de usar a Vila Belmiro, estádio que os corintianos conhecem bem, para o treino da véspera do confronto de ida das semifinais da Libertadores, contra o Santos. Coincidência ou não, o Corinthians acabou ganhando aquela partida por 1 a 0 e confirmou a classificação para a final com um empate por 1 a 1, no Pacaembu.
Segundo Tite, treinar no campo do jogo dá aos jogadores uma melhor noção de profundidade e de espaço durante os 90 minutos que são para valer.
O staff corintiano afirmou que a gentileza será retribuida ao Boca Juniors para o duelo de volta, dia 4 de julho, no Estádio do Pacaembu.
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