No mesmo momento em que o astro Ronaldinho Gaúcho, de 32 anos, era apresentado pela diretoria do Atlético-MG, o meia-atacante Romarinho, de apenas 21 anos, ex-Bragantino e revelação do Paulistão, vestia a camisa do Corinthians pela primeira vez no CT Joaquim Grava. Cenas que, se acontecessem até 31 de dezembro do ano passado, poderiam até estarem invertidas.
Tudo porque, a troca de presidente no Parque São Jorge não foi apenas na figura do representante do cargo. A mudança também representou uma alteração significativa na postura diante das questões financeiras no departamento de futebol e também na parte administrativa do clube.
Andrés Sanchez, que ficou entre outubro/07 à fevereiro/12, ficou marcado pela ousadia nas contratações de impacto e também pelos aumentos da receita e da dívida do clube, Mário Gobbi iniciou sua gestão com postura mais conservadora, inclusive, em outros departamentos do Timão.
Enquanto o antecessor agia com a política do “traz que a gente se vira para pagar depois”, como diz um dos que acompanharam sua estada no clube, o atual presidente deixou claro a seus diretores desde que assumiu: se não tiver como pagar, não traz. Forlán é exemplo. Para contratar o uruguaio, o clube teria de desembolsar 3,2 milhões de euros (R$ 7 milhões) para tirá-lo da Internazionale (ITA), além de luvas e salário. Pensando nos limites de um atacante de 33 anos, Mário Gobbi vetou.
– O que está existindo agora é uma cautela. Algum clube brasileiro tem que iniciar isso. Falar que paga é fácil, mas não é apenas um jogador, são 30 – afirma o diretor de futebol Roberto de Andrade.
Andrés, ao contrário, investiu pesado em pelo menos uma contratação de impacto por temporada desde o início de 2009, quando fechou uma parceria inédita no futebol brasileiro, com Ronaldo – Roberto Carlos e Adriano foram os outros astros nos anos seguintes.
– As receitas cresceram, mas as despesas estão maiores também. Você não altera o que está assinado, mas é possível fazer isso com os novos jogadores. A ideia é essa. Falando no português claro, é dançar conforme a música – diz Andrade, sobre o novo modelo de administração.
PRIORIDADE É NÃO PERDER TITULARES
Independentemente da política de contratação, o presidente Mário Gobbi tem uma certeza em sua cabeça: a de fazer de tudo para não perder os principais jogadores do atual elenco, responsáveis pelo quinto título brasileiro do clube, após uma belíssima campanha.
Em conversa recente com jornalistas, o mandatário demonstrou preocupação com a saída dos mais cobiçados pela Europa, como Ralf, Paulinho e Castán, e prometeu que não mediria esforços para tentar mantê-los, mesmo com as distintas situações contratuais.
– Sem dúvida, não perder ninguém para este ano foi nosso maior reforço – afirmou o presidente, que explicou na sequência o por quê da obsessão pela permanência dos principais homens do elenco do técnico Tite.
Na visão de Gobbi, gastar dinheiro com um jogador que já conhece o clube, o ambiente e a torcida é mais vantajoso do que trazer alguém de fora, que pode não render o mesmo que o antecessor. Em outras palavras, para ele, é melhor gastar dinheiro com a certeza do que investir no duvidoso.
– Posso trazer um grande jogador e ele não se adaptar. Quem já está conosco, sabe qual é a política do clube, como deve se comportar e isso é algo que não se deve abrir mão nunca – lembrou Gobbi, que recentemente almoçou com alguns jornalistas durante viagem pela Libertadores.
Fonte:
Fonte:
Nenhum comentário:
Postar um comentário