A defesa é a grande força do Corinthians, na ótima campanha do time nesta Copa Libertadores, ano em que o clube alcançou a final da competição pela primeira vez em sua história.
Com apenas quatro gols sofridos nas 13 partidas disputadas antes da finalíssima, contra o Boca Juniors, nesta quarta-feira, no Pacaembu, o Corinthians ignorou a baixa produtividade dos seus atacantes e ganhou o respeito do futebol sul-americano com uma das melhores defesas da história da competição. Apenas o Boca campeão 1977 foi melhor, tomando três gols em 13 partidas.
"Aguerrido" e "impenetrável" foram alguns dos adjetivos usados pelos jornais argentinos após o empate com o Boca no primeiro jogo da decisão, em La Bombonera.
Um goleiro que caiu como uma luva no time durante o torneio, o gigante Cássio, uma dupla de defesa entrosada, Chicão e Leandro Castán, laterais que não se arriscam muito no ataque, Alessandro e Fábio Santos, volantes incansáveis e com passagem inclusive pela seleção brasileira, Ralf e Paulinho, para muitos o ponto forte e meias e atacantes que também marcam, Alex, Danilo, Jorge Henrique e Emerson, compõem um sistema que em alguns momentos desta Libertadores pareceu realmente ser intransponível.
Que o digam o bem montado Vasco da Gama do técnico Cristovão Borges, e o Santos de Neymar, craque que teve até a genialidade contestada depois de ser praticamente anulado nos dois confrontos das semifinais, com o rival Corinthians. Os cariocas foram eliminados depois de um empate por 0 a 0, no Rio de Janeiro e uma derrota por 1 a 0, em São Paulo e os santistas caíram com uma derrota por 1 a 0, na Vila Belmiro e um empate por 1 a 1, no Pacaembu.
A organização defensiva do Corinthians não foi conquistada da noite para o dia. A aposta da diretoria do clube em manter Tite no comando mesmo depois do fracasso ainda na fase preliminar da Libertadores passada - foi eliminado pelo Tolima - deu ao treinador tempo para montar uma equipe que não permite espaços aos rivais.
Os atacantes podem não fazer gols com muita frequência e às vezes se parecem mais com laterais, acompanhando os adversários até o campo de defesa, mas de 1 a 0 em 1 a 0, o Corinthians já conquistou o Campeonto Brasileiro de 2011 e pode vencer sua primeira Libertadores.
O time que balançou a rede mais de uma vez em apenas quatro jogos nesta edição do torneio levanta a taça com mais uma usual vitória por um gol de diferença na próxima quarta.
"Treinabilidade'. Treinamos linha de quatro insistentemente, quatro defensores, não afundamos volante na lateral para sair. Aquela estrutura defensiva com laterais e de linha de quatro fechada é bem montada, os atletas têm a mecânica da equipe bem absorvida", explica o Tite, há quase dois anos no cargo.
Os jogadores entenderam bem o recado e se beneficiaram do fato de também se conhecerem há um bom tempo. Fora Cássio, todos os outros titulares estão no clube pelo menos desde 2011. "Creio que a equipe toda ajuda, marcando desde lá na frente, sem a bola. Quando a bola passa, conseguirmos dar conta do erro, pois jogamos perto um do outro e estamos bem entrosados. Mas o mérito é de todo mundo, um ajuda o outro", analisa o zagueiro Leandro Castán.
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