Zagueiro, pintor, escritor, tenista, enxadrista. Não bastassem estas atividades, o jogador mais "multiuso" do futebol brasileiro acabou de acumular mais uma função. Paulo André agora é modelo. O corintiano foi "convocado" para representar uma das maiores marcas mundiais do ramo da moda em uma campanha internacional, ao lado do argentino Sergio Aguero, do Manchester City e do mexicano Luis Michel, do Chivas Guadalajara.
Mas, desta vez, não foi só o talento que rendeu a Paulo André o novo contrato. Ele teve de contar com a sorte.
– Eles tentaram o Ralf, depois o Romarinho e depois o Liedson, mas parece que eles não aceitaram o cachê – disse, aos risos.
– Eu brinco porque em terra de cego quem tem um olho é rei. Acho que é por isso que acabei me destacando – emendou, desdenhando dos atributos estéticos dos colegas de time.
Bem humorado, Paulo André foi a atração principal do lançamento da nova fragrância da marca em um shopping center em São Paulo, na noite desta segunda-feira. Apesar de se mostrar bem à vontade diante do público e do assédio das fãs, o zagueiro revelou que não foi tão fácil participar da sessão de fotos da campanha.
– No começo eu estava um pouco travado, com bastante vergonha, mas acho que o resultado ficou bom. Sou meio autodidata, tudo que eu busco aprender e fazer, consigo, até certo ponto, fazer bem feito.
Só que Paulo André tem uma preocupação maior. Claro, o futebol. O zagueiro, que vive bom momento com a sequência de seis jogos no time titular após cinco meses parado por lesão, deixa claro que a bola é sua prioridade sempre, e que todas as atividades que pratica fora dos gramados só servem para ajudá-lo a se desligar por um instante e, desta forma, conseguir focar melhor nos seus objetivos no Corinthians.
– Às vezes o pessoal fala "pô, o cara pinta, o cara é modelo, o cara escreve"... eu não deixo nada disso atrapalhar meus treinamentos e meu rendimento dentro de campo. O dia em que estiver atrapalhando eu paro tudo porque o futebol é o mais importante pra mim.
Outro motivo para esta inquietude de Paulo André é também a aproximação do final da carreira. Aos 28, o jogador já levou alguns sustos com lesões e conviveu com o medo de não jogar mais futebol. Nestes períodos, precisou se apoiar em atividade não fisícas e a pensar no fim de sua vida como atleta de futebol. Ele ainda vê tudo isso longe, mas diz estar preparado.
– Acontece com muitos jogadores que acabam que acabam se perdendo um pouco depois da aposentadoria por não se encontrar em outras atividades. Desse mal eu acho que não vou sofrer.
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