Tanto faz para Romarinho ter John Terry ou Maurício Ramos como seu marcador. Jogar na Bombonera lotada ou em um estádio do interior paulista vazio acaba tendo o mesmo peso para o atacante. O perfil frio, carismático e introspectivo às vezes é confundido com soberba, desprezo ou descompromisso. Quem convive com o Romarinho aponta um jeito Garrincha de ser, não calculando o valor dos adversários.
Garrincha classificava os zagueiros que o marcavam como “João”, desprovido de qualquer maldade ou menosprezo. Calculista, Romarinho também vê adversários como “joões”.
O gol marcado contra o Boca Juniors logo em seu primeiro toque na bola nas finais da Libertadores, na Bombonera, denota o estilo frio do atacante.
A análise do elenco corintiano é de que a torcida contra no estádio e o grau de importância do duelo não influenciaram Romarinho.
Eufóricos depois do resultado obtido na Argentina, os jogadores corintianos aguardavam a hora de entrar no avião para o retorno ao país logo após o jogo; Romarinho preferiu dormir, como se nada tivesse acontecido horas atrás na Bombonera, limitando a dizer que estava um pouco cansado.
“Parecia que nada tinha acontecido com o Romarinho depois do jogo na Bombonera. E ele se comportaria do mesmo jeito se não tivesse entrado em campo”, diz o assessor de comunicação do Corinthians, Guilherme Prado.
Para o Mundial de Clubes, Romarinho será opção no banco. Nos treinos em Kariya, o grito "Romarinho" é disparado o mais ouvido na arquibancada e no estacionamento do centro esportivo, coro maior do que do principal ídolo do clube, Emerson Sheik.
A comemoração na frente da torcida do Palmeiras após gol no Pacaembu reforça a faceta “estranha” de Romarinho. Tite assegura que o atacante jamais pensou em provocar o rival, mas porque não tem dimensão de determinadas consequências. Na época Romarinho alegou costume.
“Foi por força do hábito”, resumiu o atacante.
“O Romarinho é inteligentíssimo. É frio e calculista. Engana-se quem fala que ele foi provocar a torcida. Romarinho não tem esse lado provocativo”, acrescenta Tite.
Paulo André define Romarinho como uma pessoa com traços peculiares: apresenta impressionante domínio em determinadas funções, mas é desligado em outros. Aparenta ser distante, mas quebra repentinamente a maneira de ser. Age de modo frio, mas se transforma em momentos decisivos.
O sucesso meteórico fez Romarinho, como ele próprio diz, “ficar bonito”. O assédio feminino aumentou. Mas a fama balançou o atacante. Tite notou ligeiro deslumbre antes do Mundial de Clubes.
Romarinho teve sua sequência no time reduzida e recebeu conselhos do treinador e dos pais. Tite negou bronca e tratou a conversa como um “corretivo”, sobretudo para quem passou virou ídolo da noite para o dia.
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