Uma história aparentemente comum no futebol brasileiro. Um adolescente de 14 anos, que joga bola desde os cinco, precisa fazer esforços gigantescos para realizar testes em seu clube de coração. A situação financeira do jovem e franzino meia esquerdo não é favorável e requer sacrifícios de toda a família. A cidade natal é distante e a previsão de gastos com transporte, hospedagem e alimentação assustam.
A história é aparentemente comum por aqui. Ainda mais em um clube do tamanho do Corinthians, que possui uma nação formada por 30 milhões de torcedores. Mas só aparentemente. No Parque São Jorge, a versão ganhou 12 mil quilômetros a mais e sotaque inglês. Apaixonado por futebol no “país do rúgbi”, o neozelandês Emman Rahimi batalhou, se uniu à mãe para vender chocolate nas horas vagas – até no intervalo das aulas do colégio – e atravessou o mundo para treinar na categoria Sub-15 do Timão.
Fã incondicional de Ronaldo, Emman sempre acompanhou a carreira do Fenômeno. Após a passagem do maior artilheiro de todas as Copas do Mundo pelo Corinthians, o jovem neozelandês passou a nutrir o sonho de jogar na mesma equipe de seu ídolo. Além do desafio financeiro, Rahimi também viveu um drama familiar ao saber que seu pai havia sido diagnosticado com câncer. Entretanto, nenhum dos obstáculos foi capaz de impedi-lo.
Ao unir a garra dos All Blacks – Seleção Neozelandeza de rúgbi, atual campeã do mundo e também famosa por apresentar o emocionante e ancestral ritual do Haka antes dos jogos – à raça do corinthiano, Emman superou tudo, trocou emails com os responsáveis pelo Departamento de Futebol Amador do Timão, arrumou as malas e, ao lado de sua mãe, desembarcou em São Paulo em fevereiro.
Após seis semanas de treinos e muito aprendizado com o técnico Leandro Floriano e os companheiros de Sub-15, Emman, que pretende, mas depende de ajuda para permanecer mais tempo no Brasil, já se prepara para voltar ao seu país na próxima quarta-feira (28). Antes disso, ainda deseja ver o seu primeiro jogo do Corinthians in loco – clássico contra o Palmeiras, neste domingo (25), no estádio Pacaembu, em São Paulo (SP) – e, se possível, realizar o sonho de conhecer Ronaldo pessoalmente. Feliz com a sua evolução e com o acolhimento dos profissionais do Clube, o neozelandês garante: “Se não conseguir ajuda para ficar mais tempo agora, volto definitivamente em janeiro”. Para quem já provou ser capaz de superar todas as barreiras, não há dúvidas de que os obstáculos serão novamente ultrapassados e que Rahimi escreverá mais um capítulo de sua bonita história de vida por aqui.
Sucesso para esse garoto. Isso é mesmo a garra de um homem que luta pelos seus sonhos, e vence. Enfrentou dificuldades financeiras, ter de se separar de seu pai doente e enfrentar um país muito diferente ao seu. É mesmo um garoto "gavião". Parabéns meu jovem. Volte sempre.
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