Quando contratou Adriano no ano passado, o Corinthians apostou em um reforço duplo: no campo e no marketing. O problema é que o Imperador pouco atuou e, para o marketing, sequer “existiu”. Agora, sem o polêmico atacante no elenco, a vaga de garoto-propaganda, aos poucos, vai caindo no colo de Julio Cesar, o único titular de Tite revelado na base alvinegra.
A decepção com a passagem de Adriano ainda é forte. “Isso [o quanto o clube poderia lucrar com o Imperador] só poderia ser avaliado se ele tivesse jogado... infelizmente isso não aconteceu”, argumentou Caio Campos, coordenador de marketing do Corinthians. Vale lembrar que Adriano fez oito jogos e marcou dois gols.
Mas a bola da vez é Julio Cesar. O goleiro cresceu no chamado “terrão”, nome dado às categorias de base do clube. Demorou a se firmar na posição, mas conseguiu assumir a titularidade e ganhar a confiança de Tite e da torcida. Corintiano declarado, Julio agradou ainda mais os fiéis alvinegros por sua garra em campo e por suas intensas comemorações.
Mistura perfeita para o marketing explorar. “Ser do ‘terrão’ já identifica muito o atleta. E se firmar como titular significa muito mais. O terrão já revelou inúmeros craques e a dificuldade em se jogar num campo irregular traz consigo um estigma de craque de verdade, que enfrenta as adversidades e que tem a personalidade que o torcedor corintiano gosta”, disse Caio Campos.
No ano passado, apesar da falha na final do Paulista, Julio se redimiu com boas atuações e um ato de sacrifício. Na vitória sobre o Botafogo, no Rio de Janeiro, pelo Brasileiro, ele sofreu uma luxação exposta do dedo aos 41min do segundo tempo. Tirou a luva gritando de dor. A imagem mostrou seu dedo totalmente torto.
Mesmo assim, como Tite já havia feito as três alterações, Julio ficou em campo até o fim do jogo, por mais nove minutos, para não deixar a equipe com um atleta a menos. “Aqui é Corinthians. Só Deus sabe como aguentei. Meu dedo está latejando muito”, disse ele após o apito final. Resultado: vitória do Corinthians e o goleiro em recuperação durante quatro semanas.
“Ele é a cara do Corinthians, guerreiro, veio da base, enfrenta as adversidades com responsabilidade e discernimento, além de ser uma figura humana irrepreensível e de muita personalidade”, completou o coordenador de marketing.
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